APRESENTAÇÃO DA OFICINA S. JOSÉ
A Oficina de S. José (OSJ) é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), com sede em Braga. Enquanto Casa de Acolhimento de Crianças e Jovens e Apartamento de Autonomização (AP), têm como objetivos gerais promover a concretização da medida de ”Acolhimento Residencial”, preconizado no art.o 50, da Lei 142/2015 de 8 de setembro, Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo. Procura, ainda, promover os direitos consagrados na Convenção dos Direitos da Criança (1989), ratificado por Portugal em 1990.
Fundada em 1889 pelo Arcebispo Primaz D. António José de Freitas Honorato e um grupo cidadãos Bracarenses, com o intuito de dar resposta ao problema da educação de crianças em situação de abandono, orfandade ou outra situação de perigo.
Como linha fundamental do projeto educativo inicial, destacava-se a preocupação em acolher no lar os rapazes que, nos finais do século XIX, povoavam as ruas de Braga, para tirá-los da pobreza em que viviam.
Neste sentido, no espírito dos fundadores da Instituição estabeleceram-se como linhas orientadoras do projeto: proporcionar aos rapazes um espaço onde morar; iniciá- los no processo de alfabetização e promover um espaço de aprendizagem profissional, nomeadamente os ofícios de sapateiro, de alfaiate e o de tipógrafo. Este último ofício surgiu posteriormente, dando o nome a Casa de Acolhimento “Oficina de S. José”. Inicialmente, teve as suas oficinas no exterior e só mais tarde com a aquisição de máquinas em segunda mão, pertencentes ao Instituto Monsenhor Airosa é que surge a tipografia. Em 1840 é constituída a Banda de Música, como forma de promoção de desenvolvimento pessoal, social e artístico das crianças e jovens acolhidos.
Na década de 50 do século XX, a OSJ muda para as atuais instalações e só nos finais dos anos 80, é constituída como IPSS, modernizando as suas instalações. Na tipografia foram feitos grandes investimentos, uma vez que era uma atividade economicamente sustentável. Os outros ofícios (alfaiataria e sapataria) deixaram de existir, por se tornarem economicamente inviáveis.
Em 1989 surge o Centro de Atividades de Tempos Livres (CATL). No ano seguinte, em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), faz surgir os cursos profissionais de nível II e III de Operador Gráfico e Técnico de Indústrias Gráficas. Atualmente, alargou a sua atuação às áreas formativas de Restauração, Padaria/Pastelaria, Jardinagem e Mesa/Bar.
Entre 2012 e 2013 foram realizadas obras de remodelação do edifício, com vista à melhoria das condições de acolhimento e conforto das crianças e jovens.
Presentemente, a OSJ dirige primordialmente a sua ação às crianças e jovens do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 6 e os 21 anos, provenientes de famílias multiproblemáticas, que não lhes garantam estabilidade e proteção necessárias. Podemos afirmar que a Instituição prevê atuar com um grupo específico da infância, o da idade do risco (Sgritta, 1997).
A OSJ tem acordo de Cooperação com o Centro Regional da Segurança Social de Braga para o Lar de Crianças e Jovens, com capacidade para 45 crianças e jovens do sexo masculino, dos 6 aos 21 anos; e para Apartamento de Autonomização, com capacidade para acolher 4 jovens do sexo masculino, com idades iguais ou superiores a 16 anos. Funcionam vinte e quatro horas por dia, durante todo o ano, em regime aberto, o que possibilita a livre entrada e saída das crianças e jovens, tendo apenas como limites os resultantes das suas necessidades educativas e da proteção dos seus direitos e interesses.